segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Quase…

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.
Às vezes, pergunto-me, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão; para os fracassos, oportunidade; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planeando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westpha

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

E a pergunta para os 50 000 mil euros é:

Qual é o fenómeno que acontece em Portugal por esta altura do ano, nomeadamente em Agosto?
Lamento desiludir quem respondeu as festas e romarias, de facto também acontecem por esta altura do ano e ainda ninguém percebeu porque acontecem. O fenómeno a que me refiro é a invasão “francesa” dos tempos modernos, basicamente este fenómeno passa-se da seguinte forma, no dia 31 de Julho Portugal ainda é português, mas a partir do dia 1 de Agosto Portugal transforma-se na própria França.
O nativo português, fica muito confuso com este fenómeno, digamos que é muita sofisticação para um nativo se habituar em apenas um mês.
Há coisas que custam a entender, uma delas é o nome dos imigrantes, por exemplo o filho da D. Maria antes de emigrar chamava-se Domingos agora chama-se Dominic, isto para não falar do facto de quando emigrou tinha 30 anos e falava perfeitamente português, agora tem 33 anos e já não sabe falar português e muito menos francês. Outra coisa que talvez seja um requisito para se ser emigrante é o corte de cabelo, todos eles têm esse corte característico assim como o bigodinho (mostache), o colar e alguns chegam mesmo a ter brinco, penso que esta forma característica de visual seja para se identificarem uns aos outros uma vez que estão noutro país, tipo formam assim uma espécie de comunidade
O verdadeiro emigrante é do Benfica, e segundo eles não trabalham nas obras são é chefes “du chantier”, é também casado e tem filhos, que se chamam normalmente Cedrique e Patrique e se for menina Stefanie, que não sabem falar português. Estes luso-descendentes são demasiado sofisticados, vestem-se de uma maneira esquisita, pelo menos para nós os nativos, usam a meia branquita por cima das calças e camisolas de alças, assim como também usam boné inclinado para o lado e o colarzito com uma medalha tipo prato.
É também importante lembrar que o verdadeiro emigrante insiste em pagar os cafés no café da aldeia com uma nota de 50 euros, porquê? Emigrante que é emigrante diz "-deixei o portable no cofre do carro, puff" em vez de dizerem "-deixei o telemóvel na mala do carro, caralho".
Em Setembro acaba a época da invasão francesa deste ano, e os nativos têm onze meses para recuperarem até á próxima invasão.

Em breve sairá a tradução deste post em francês, para que todo o emigrante o possa ler.

Solidão...

Solidão não é a falta de gente para conversar... Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!
Solidão não é o recolhimento involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

(Fátima Irene Pinto)

Um jovem americano de 20 anos, colocou no YouTube um vídeo onde dizia “Apesar de não te conhecer, importo-me contigo”, onde convidada os utilizadores a ligarem-lhe. Ryan disse que pretende responder a todos os telefonemas que puder, até agora já recebeu 5000 telefonemas e sms’s, na sua maioria de jovens. Ryan inspirou-se em Juan Mann, um homem que ganhou fama no YouTube por oferecer abraços gratuitos a estranhos. Para Ryan, os pais de alguns jovens não têm tempo para se sentar e conversar com elas, por isso é algo que os jovens fazem com estranhos no YouTube. Isto demonstra o estado de uma certa parte desta sociedade “desenvolvida”, que tendo acesso a “tudo”, falta-lhe o essencial, como simplesmente alguém com quem falar.